Segundo a Fundação Procafé, as consequências da falta de chuvas são gravíssimas, especialmente para o sul de Minas Gerais
A Fundacão Procafé emitiu um alerta sobre as condições das lavouras em todo o país, que vem sendo afetadas pelos baixos índices de chuvas. De acordo com a Procafé, as baixas precipitações observadas desde a segunda quinzena de março até a segunda quinzena de outubro já comprometeram a safra de 2021.
“As consequências da falta de chuvas são gravíssimas. O déficit hídrico não melhorou nas principais regiões produtoras. Estamos na terceira florada, e essa última florada veio em situação delicada por conta do clima”, destaca Alysson Fagundes, engenheiro agrônomo e pesquisador do Procafé.
Para Fagundes, ainda não é possível mensurar em números de quanto serão as perdas. Ele ressalta que a situação é preocupante especialmente no Sul de Minas e Gerais e na Alta Mogiana, que representam 25% da produção brasileira de café. “Como já sabemos que haverá perdas. O que nós precisamos é fazer um levantamento dos números, mas com toda a certeza haverá perdas, independente das chuvas que estão por vir”, pondera.
Retorno das chuvas
Segundo Pryscilla Paiva, da Somar Meteorologia, os últimos dois meses historicamente registram baixo volume de chuvas para as regiões produtoras de café em Minas Gerais. “O que aconteceu neste ano é que as precipitações ficaram abaixo do esperado. Em Varginha, por exemplo, entre setembro e outubro, o volume de águas não ultrapassou os 50 mm, enquanto eram esperados de 70 mm a 100 mm”.
De acordo com Pryscilla, as chuvas devem retornar ao município, onde são esperados 261 mm para os próximos 30 dias.
No entanto, a meteorologista ressalta que essa chuva não será generalizada. Para os próximos cinco dias, a previsão mostra precipitações concentradas em Minas, mas sem volumes significativos para o sul do estado e triângulo mineiro.
No sul do estado, onde a situação das lavouras é preocupante, a previsão indica volumes de 30 mm a 50 mm entre os dias 8 a 12 de novembro. A chuva deve atingir as áreas onde há um déficit hídrico. “Não podemos esquecer que a estiagem é acumulativa, que essa situação de agora é por causa das chuva abaixo da média nos últimos dois meses. A reversão desse cenário não é imediata”, destaca Pryscilla Paiva.
De 13 a 17 de novembro, a meteorologia indica que a tendência é a chuva se espalhar ainda mais no Sudeste, com volumes de até 50 mm. “A previsão mostra que novembro ainda será com volumes abaixo do normal para São Paulo. Apenas em dezembro que as chuvas devem voltar com mais força”, finaliza a meteorologista da Somar.
Canal Rural