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Prêmio Nobel de Economia vai implementar extensão rural digital no Brasil por meio do Mapa

Brasil será primeiro país da América Latina a implantar programa desenvolvido por Michael Kremer, beneficiando pequenos produtores rurais

Cerimônia virtual de entrega do título de Embaixador da Boa Vontade do IICA a Michael Kremer (à esquerda)
Foto: Divulgação

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) anunciou nesta terça-feira (18) parceria do Mapa com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) para a oferta de serviços de consultoria agrícola digital a agricultores familiares do Nordeste do Brasil. O programa é desenvolvido pela organização PAD – Agricultura de Precisão para o Desenvolvimento, que tem como um dos fundadores Michael Kremer, agraciado com o Prêmio Nobel de Economia 2019. O Brasil será o primeiro país da América Latina a implantar o programa.

O anúncio ocorreu durante a entrega do título de Embaixador da Boa Vontade do IICA em Tema de Desenvolvimento Sustentável a Michael Kremer, que é professor de Economia da Universidade de Harvard. A ministra participou virtualmente da cerimônia e foi convidada para ser madrinha do cargo de embaixador.

O PAD já alcançou 3,6 milhões de agricultores em oito países da África e da Ásia, entre eles Bangladesh, Etiópia, Índia, Quênia, Paquistão, Ruanda, Uganda e Zâmbia.

“O IICA, que representa a cada uma das diferentes agriculturas das Américas, vem para trazer as boas vindas com esta aliança com Michael Kremer, que traz para nós este grande instrumento de desenvolvimento”, disse a ministra, acrescentando que o Mapa está elaborando o programa de Ater Digital, que irá oferecer novas ferramentas de assistência técnica digital para ampliar a base de atendimento aos agricultores familiares.

No PAD, o agricultor familiar recebe informações de extensão rural por meio de mensagens de celular, duas vezes por semana. Com linguagem simples, ele terá acesso a dados meteorológicos, técnicas de plantio, manejo das culturas, informações sanitárias e rendimento das colheitas. O método é muito importante neste momento, quando as visitas presenciais de extensão rural não são viáveis em razão da pandemia. Além disso, as mensagens chegam até mesmo aos agricultores que vivem em locais sem internet, pois o sinal de telefonia é suficiente para recebê-las.

O Nordeste foi a região escolhida para a primeira fase do projeto, que deverá atender 100 mil pequenos produtores rurais, entre eles criadores de caprinos e ovinos, forte atividade econômica na região, e produtores de milho e de variedades locais de feijão. A ideia é alcançar 1 milhão de agricultores familiares na região.

“É uma maneira inteligente de enfrentar os efeitos e as ameaças da pandemia sobre a segurança alimentar e de continuar inovando, o que é a marca do agronegócio brasileiro”, destacou Tereza Cristina.

O prêmio Nobel de Economia, Michael Kremer, agradeceu a iniciativa do Brasil de implantar o programa. Ele apresentou dados de análises, feitas na África e na Ásia, demonstrando que os serviços do PAD impactam de forma positiva na vida dos agricultores, com o aumento dos ganhos de produtividade em 4%, crescimento do uso de insumos em 22% e incremento da renda das famílias em situação de vulnerabilidade.

“O digital não é uma substituição é uma forma de melhorar a extensão rural”, destacou.

Outro diferencial é o custo. Com o PAD, o envio de uma mensagem semanal com uma recomendação técnica custa US$ 1,5 por família ao ano, custo 200 a 300 vezes menor em comparação aos métodos tradicionais de assistência técnica.

Kremer ressaltou que o acesso dos produtores a celulares inteligentes melhora o desempenho dos serviços e aplicação em larga escala. “Os custos são baixos e estão baixando mais por causa da queda nos preços dos celulares, e as pessoas têm mais acesso às informações. É o melhor momento para o investimento, não só pelo momento [da pandemia], mas para criarmos bases para o futuro”.

O diretor-geral do IICA, Manuel Otero, enfatizou o impacto que a agricultura digital pode trazer para os pequenos agricultores da América Latina e do Caribe. “Esses resultados trazem novas perspectivas e oportunidades para os mais de 17 milhões de pequenos agricultores que vivem na região da América Latina e do Caribe”, disse. “Sua extensa pesquisa [PAD] mostrou ao mundo que existem maneiras inovadoras de melhorar a vida das pessoas e moldar políticas públicas”.

Além do Brasil, a Colômbia estuda o uso da consultoria digital de serviços de extensão rural. “Vamos conseguir impulsionar o conhecimento nas áreas rurais colombianas e com formadores de conhecimento, melhorando a produtividade da agricultura colombiana”, disse o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural do país, Rodolfo Navarro.

Mapa

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