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EM UM ANO

Greenpeace comprova que Amazônia arde em chamas com perda de 8,7 mil km desmatados

Perdas no bioma entre agosto de 2020 e julho de 2021 são a segunda maior desde 2016; Mourão havia prometido redução de 10%, mas Deter aponta recuo de 5,4%

Floresta amazônica ardendo em chamas. Foto: Christian Braga/Greenpeace

Entre agosto de 2020 e julho de 2021, a Amazônia perdeu 8.712 quilômetros quadrados, segundo mostram dados divulgados na última sexta-feira, 6, pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O número do desmatamento ainda não considera o último dia de julho, mas isso não muda o fato de o volume ser o segundo maior da série histórica do Deter, iniciada em 2016.

De acordo com o Observatório do Clima, os três recordes da série foram batidos no governo do presidente Jair Bolsonaro, no qual os alertas são 69,8% maiores que a média dos anos anteriores.

“O destino da floresta está nas mãos das quadrilhas de grileiros, madeireiros ilegais e garimpeiros. Hoje, são eles que determinam qual será o dado oficial de desmatamento. Na Amazônia, o crime ambiental atua livremente, e conta com a parceria do atual governo”, afirma Marcio Astrini, secretário-executivo da instituição.

O comandante do Conselho da Amazônia e vice-presidente da República, Hamilton Mourão, já havia admitido que não cumpriria a meta de redução do desmatamento em 10%, como falou em julho. O recuo foi de 5,4% na área de alertas em relação a 2020.

Ainda segundo o Observatório do Clima, os alertas diários do Deter ajudam a projetar o desmatamento anual deverá ficar próximo de 10 mil km², o que não ocorria desde 2008.

No mesmo período de agosto de 2020 e julho de 2021, o Deter mostra que, quando adicionadas as áreas degradadas em geral – o que vai além do desmatamento, mas toda a perda de vegetação e suas consequências -, a vastidão deteriorada chega a 21.483,82 km², correspondentes a quase 16 mil alertas. Mato Grosso, Pará, Amazonas e Roraima lideram o ranking.

Deste total, 15.332 km² se referem a cicatrizes de incêndio. Também chama a atenção para o quanto a mineração aumentou. Foram devastados 125 km², o que significa alta de 62% em relação a 2018, sendo a maior marca desde o início da série histórica.

Cristiane Mazzetti, gestora ambiental do Greenpeace Brasil, destaca que os números aparecem no momento em que o Congresso discute e aprova mudanças na legislação, como o PL 2633/2020, aprovado nesta semana na Câmara dos Deputados.

“Se o Senado aprovar o PL da Grilagem, estará estimulando o desmatamento de áreas extremamente estratégicas para enfrentar a crise do clima  e contribuirá ativamente para o colapso da Amazônia, seguindo na direção oposta dos esforços necessários globalmente para a redução de emissões de gases do efeito estufa”, comenta.

Em sobrevoo realizado na última semana de julho, o Greenpeace flagrou diversas áreas com grandes desmatamentos, incluindo um de 2.716 hectares. Além da supressão de vegetação, o material acumulado contribui para as queimadas.

“A acelerada destruição da Amazônia é um fator que contribui na intensificação de eventos como os vivenciados recentemente no Brasil, que vão desde inundações recordes no norte do país à crise hídrica nas demais regiões, trazendo impactos negativos para a sociedade brasileira como o aumento da conta de energia, do preço dos alimentos, além da ameaça de um racionamento de água e energia”, avalia Cristiane.

Fonte: Mariana Grilli, da Revista Globo Rural

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