Apoio da CNA, por meio do Senar, vem fazendo a diferença na vida destes criadores de mariscos em locais pequenos, porém, com grandes possibilidades de negócios
A maricultura é um ramo da aquicultura que envolve o cultivo de organismos marinhos, como peixes, moluscos, crustáceos e plantas aquáticas. A atividade, realizada de forma artificial, em ambiente controlado, vem crescendo na região Sul do Brasil, principalmente em Santa Catarina.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil produziu 15,2 mil toneladas de moluscos (ostras, vieiras e mexilhões) em 2019, um aumento de 7,14% em relação a 2018. Santa Catarina é responsável por 14,8 mil toneladas, 97,3% do total produzido.
O Dia do Maricultor foi comemorado na última quarta, 18. A data foi escolhida por produtores de Ribeirão da Ilha, distrito da cidade de Florianópolis, e aprovada pela Lei Municipal (8.347/2010).
Sonho
O produtor Vinícius Ramos encontrou na maricultura a oportunidade de seguir um sonho. Foi há 18 anos, quando ele deixou a vida agitada do centro urbano de Florianópolis para tocar a própria fazenda marinha.
O cultivo que começou de forma familiar evoluiu para uma empresa consolidada, a “Paraíso das Ostras”.
“Eu trabalhava em um escritório de recursos humanos, departamento pessoal. A vida toda enfiado numa papelada. Eu sempre tive contato com o mar, então comecei a pesquisar como que eu faria para sobreviver nessa região. Aí nasceu o Paraíso das Ostras e essa vontade de estar no meio da natureza”, disse.
Vinícius trocou experiências com outros produtores para entender o funcionamento da atividade e quando a criação dos animais foi se estabelecendo, a fazenda marinha precisou de mais pessoas na administração. Foi aí que a Joyce Soares, esposa do Vinícius, também trocou a cidade pela fazenda marinha.
“Começamos como uma fazenda marinha familiar, onde eu o ajudava na retaguarda, sempre na parte administrativa. Tínhamos apenas um funcionário e quando a fazenda foi crescendo, percebemos a necessidade de expandir”, disse Joyce.
Em 2016, a Assistência Técnica e Gerencial do Senar em maricultura passou a atender a fazenda e o planejamento virou regra no acompanhamento da atividade, que integra mariscos, vieiras e dois tipos de ostras: a nativa e a do pacífico.
“A gente sentou com ele e viu todo o planejamento, se estava produzindo demais ou não, se tinha excesso de produção. Então começamos a focar nesse lado, até que a gente viu que ele tinha um plano de manejo, mas que precisava ser ajustado”, explicou o técnico de campo do Senar SC, Rafael Luiz da Costa.
Na fazenda Paraíso das Ostras, os processos são bem divididos entre os funcionários. Recolher as gaiolas, lavar com água salgada, limpar os moluscos, separar as ostras prontas para a comercialização e devolver as que ainda precisam se desenvolver para a água são processos que complementam as adequações propostas pelo técnico de campo e garantem todo o ciclo de manejo, que começa com mais de 5 milhões de sementes de ostras para cada nova safra.
A Assistência Técnica e Gerencial do Senar SC conseguiu reduzir um dos principais problemas que afeta a produtividade: a mortalidade. Depois do início do acompanhamento técnico, a taxa de perdas na produção dos animais caiu em 10%.
Menos mortalidade é igual a mais produção. Somado a isso, a fazenda marinha acumula as principais certificações nos serviços de inspeção, podendo vender os animais em todo o país. As certificações mostram a qualidade que mantém padrões de conservação e validade dos alimentos.
Outro diferencial foi a chegada da ATeG do Senar para a agroindústria de pescado, que desde outubro de 2020 ajuda o produtor nas exigências sanitárias, como a estrutura de sala de inspeção e controle.
De acordo com o técnico de campo do Senar SC, Gustavo Ruschel Lopes, tanto as ostras como os mexilhões passam por uma lavagem na área externa para retirada de uma primeira camada de material que vem do mar.
“Na entrada, a gente passa imediatamente essas ostras e mexilhões para uma água clorada e uma bomba dosadora de cloro. Tudo isso faz parte do pacote de legislação que é exigido na inspeção. E assim a gente garante que toda essa manipulação pós-retirada do mar, embalagem e entrega até o destino final seja feita mantendo todos os padrões de qualidade e garantindo a segurança alimentar para quem vai consumir”.
O Sistema CNA/Senar parabeniza todos os produtores que trabalham e se dedicam à maricultura.
Fonte: CNA/Senar SC