No Distrito Federal, o objetivo é estimular cultivo de mirtilo, framboesa e outras frutas de clima temperado, mas plano abrange outros Estados
Estimular a produção de frutas de maior valor agregado entre pequenos e médios produtores rurais do Distrito federal, de 29 municípios de Goiás e quatro de Minas Gerais. Essa é uma das metas do Polo de Fruticultura da Ride (região integrada e desenvolvimento que envolve o DF e os demais municípios). A iniciativa envolve os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Desenvolvimento Regional, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
No próximo dia 22, será divulgado o resultado do edital para contratação dos serviços e estruturação do projeto, que prevê plano de comunicação, preparação de um piloto de plataforma interativa de acompanhamento e avaliação dos trabalhos e produção do plano estratégico de desenvolvimento do polo.
O coordenador do projeto na Superintendência Federal de Agricultura do Distrito Federal, Willian Barbosa, destaca que esse é um importante passo para o polo “sair do papel”. Inicialmente, serão destinados R$ 950 mil para a estruturação do projeto.
Mirtilo
A ênfase no Distrito Federal será o cultivo de frutas de alto valor agregado como mirtilo (também chamada de blueberry), framboesa e outras de clima temperado, como uva.
Entre os objetivos estão a promoção do uso dos recursos naturais e agregação de valor aos produtos. O público-alvo será os pequenos e médios produtores rurais dedicados às ações ambientalmente sustentáveis, como o uso da irrigação por gotejamento, além de empresas beneficiadoras das frutas e startups inovadoras. Também será estimulada a formação de associações e cooperativas de produtores.
Segundo o Plano Diretor de Agricultura Irrigada do DF (PDAI-DF), existe um déficit na produção de frutas e consumo equivalente a 37.768 toneladas/ano. Os produtos com maior demanda em comparação à produção são: abacaxi, laranja, mamão, manga, morango e uva.
O coordenador de projetos especiais da Codevasf, Luiz Curado, calcula que a demanda inicial por mudas de mirtilo deverá ser de 30 a 40 mil unidades, com potencial de produção em até oito meses por serem irrigadas. A produção estimada é de 30 toneladas por hectare, com rentabilidade aproximada de R$ 300 mil por hectare, se o quilo da fruta for comercializado a R$ 8.
Atualmente, a Unidade de Biotecnologia da Universidade de Brasília (UnB) produz as mudas.
O coordenador acrescenta que o mirtilo necessita de colheita manual, o que vai representar número significativo de novos empregos.
O consumo do mirtilo tem se popularizado no mundo e é recomendado por médicos e nutricionistas pelos benefícios à saúde, como o alto teor de antioxidantes naturais.
Rotas de Integração Nacional
O Polo de Fruticultura da Ride faz parte das Rotas de Integração Nacional, da Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano, do Ministério do Desenvolvimento Regional.
Depois de criadas, as rotas atuam com redes interligadas de Arranjos Produtivos Locais (APLs) para promover inovação, diferenciação, competitividade e lucratividade de empreendimentos associados.
Ao todo, existem dez tipos de rotas no país: do Açaí; da Biodiversidade; do Cacau; do Cordeiro; da Economia Circular; da Fruticultura; do Leite; do Mel; do Peixe; e da Tecnologia da Informação e Comunicação. Os trabalhos ocorrem em 800 municípios nas cinco regiões do país.
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