Solução reduz mão de obra, custos e eleva qualidade da colheita de frutas como maçã, laranja, abacate e mangas
A agtech israelense Tevel Aerobotics Technologies já conta com uma frota de drones autônomos para colher frutas com cuidado e rapidez, mitigando a escassez e custos de mão de obra, bem como danos aos produtos.
Falar sobre drones é um dos assuntos prediletos da AgEvolution, com destaques para o drone que substitui até 60 camponeses para semear de arroz na China, o aumento do mercado dos drones agrícolas no mundo, a aplicação de microbiológicos, debates do governo paulista, a consulta pública do Mapa e até um boletim AgEvolution no Youtube apenas sobre eles.
Voltando à startup de israel, ela afirma ter criado o modelo que pode fazer o intensivo trabalho de colheita de frutas como abacates, mangas, laranjas e maças.
“Há uma enorme escassez de mão de obra na colheita de frutas em Israel e também por todo o mundo”, disse o fundador e CEO da Tevel, Yaniv Maor, em entrevista ao The Times of Israel.
Segundo ele, apesar de uma crescente necessidade do consumo de frutas, a mão-de-obra diminui nos Estados Unidos, China, Japão, Europa e outros lugares. Por isso, até mesmo, grande parte da colheita fica nas árvores porque não há gente suficiente para colhê-la quando está madura.
Maor diz que a frota de drones pode ser a solução para esse problema, reduzindo os custos para os agricultores e aumentando a produtividade das safras.
Cada drone da Tevel integra visão de inteligência artificial, algoritmos de equilíbrio, manobra e percepção, juntamente com recursos mecânicos, sensores e um processador potente.
O equipamento usa uma garra mecânica com a extremidade para pegar rapidamente os frutos nas árvores, um por um, e colocá-los em uma caixa no chão.
“A fruta é colhida com cuidado sem causar danos ou machucados, enquanto outras técnicas de colheita mecanizada geralmente não são adequadas para culturas como morangos, que podem ser facilmente esmagados por uma mão robotizada”, sustenta.
Características
Movido por motor elétrico, o drone tem de 40 ou 80 centímetros de diâmetro e é totalmente autônomo, necessitando apenas um operador para inspeção.
O protótipo, inclusive, é capaz de reconhecer os tipos de frutas de acordo com seu tamanho, cor e maturação. Até agora, ele pode detectar laranjas e variedades de maçãs, e será capaz de colher outros tipos de frutas no futuro, incluindo manga e abacate.
Vários modelos de garras foram desenvolvidos para cada tipo de fruta e para outras tarefas específicas, como também poda e desbaste em pomares e estufas.
“O drone também ajudará os agricultores a otimizar seus padrões de cultivo e aumentar os rendimentos, permitindo que eles produzam inclusive em árvores frutíferas mais altas que podem ser colhidas por drone”, acrescentou Maor.
A Tevel espera comercializar seus primeiros drones ainda em 2020. Maor disse que a empresa já conseguiu clientes em potencial em Israel, nos Estados Unidos e na China e tem como alvo grandes empresas e produtores de frutas, além de fornecedores de maquinários e empreiteiros de colheita.
“As pessoas colheram frutas por milhares de anos exatamente da mesma maneira. Nossa visão é transformar a colheita de frutas da prática manual tradicional em um processo tecnológico avançado”, acrescentou.
Maor disse que o custo da tecnologia será competitivo e que o mercado imediato da empresa – para colheita de maçã e laranja nos EUA e na Europa – vale cerca de US $ 5 bilhões. O mercado mundial de colheita de frutas é de cerca de US$ 500 bilhões por ano.
Existem concorrentes para colheita robotizada de frutas, mas eles geralmente oferecem robôs terrestres que são muito grandes para pomares estreitos ou ineficientes para árvores mais altas.
Quer ver vídeo com o drone colhendo frutas? Acesse aqui.
AG EVOLUTION