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INOVAÇÃO

Embrapa explica que manejo de fertilizantes orgânicos otimiza aproveitamento de nitrogênio

Prática é destinada especialmente aos produtores de hortaliças e frutíferas em sistemas orgânicos de produção, que dependem de fontes nitrogenadas

Plantio de soja em Uberaba (MG). Foto: Carolina Lorencetti

Uma pesquisa da Embrapa Agrobiologia identificou que a forma de fazer o manejo de fertilizantes orgânicos no solo pode fazer toda a diferença no aproveitamento do nitrogênio. O pesquisador Ednaldo Araújo estudou o uso de diferentes fertilizantes orgânicos e explica que, antes, a recomendação era incorporar o adubo no solo para não perder nitrogênio por volatilização de amônia.

Mas agora, após os experimentos, a recomendação de incorporar o material ao solo passa a ser dependente do tipo de adubo disponível. “É uma recomendação para o agricultor quanto à necessidade de incorporar o adubo ao solo ou mantê-los em cobertura, com impacto direto na eficiência de uso do nitrogênio e da mão de obra, com reflexos no custo de produção”, aponta.

A prática é destinada especialmente aos produtores de hortaliças e frutíferas em sistemas orgânicos de produção, que geralmente são bastante dependentes do aporte de fontes nitrogenadas orgânicas. Os testes realizados apontam que, no caso de adubos com alta concentração de nitrogênio, a incorporação no solo é fortemente recomendada, pois evita perda do nutriente em forma de amônia em cerca de 40% do total aplicado. Já no caso de adubos orgânicos com baixa disponibilidade de nitrogênio, como é o caso do esterco bovino e da biomassa de leguminosas, a incorporação no solo pode resultar em um custo desnecessário, pois a perda de nitrogênio por volatilização de amônia é baixa, o que permite que o material permaneça em cobertura.

O mais interessante no uso dessa tecnologia é que pode contribuir para a redução do custo de produção dos alimentos orgânicos, uma vez que um dos maiores gargalos é o suprimento de nitrogênio por meio de insumos orgânicos, que geralmente têm custo elevado.

“Se considerarmos que o custo do saco de torta-de-mamona com 50 quilos seja de R$ 50, o custo do nitrogênio proveniente desse insumo será de R$ 20 por quilo. Com o aumento da eficiência de uso do nitrogênio, o custo de produção tende a reduzir, contribuindo para ganhos em toda a cadeia produtiva – dentro da porteira, com redução de custo, e fora dela, com redução do preço final para o consumidor”, aponta o pesquisador.

Além disso, o uso racional de fertilizantes orgânicos minimiza o risco de contaminação dos recursos hídricos, além de favorecer a inserção de agricultores no sistema orgânico de produção.

Canal Rural

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