Foram feitas perguntas relacionadas ao consumo, como adquiriam o pescado antes e durante, além do nível de acesso e percepção quanto a higiene
De acordo com os números divulgados pela Peixe BR sobre a produção de peixes de água doce e da ABCC – Associação Brasileira de Criadores de Camarão – sobre a produção de camarão no ano de 2020, é possível notar um aumento nos números em relação a 2019, ano anterior a pandemia provocada pelo Covid-19.
Contudo, com um volume de peixes e camarões maior e um número de restaurantes menor (já que muitos tiveram que fechar as portas), como ficou o padrão de consumo e a comercialização de pescado no Brasil?
Para responder essa pergunta, a Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) e a Universidade Federal do Tocantins (UFT) se juntaram para elaborar uma pesquisa, onde participaram mais de 700 pessoas de todas as regiões do País, que responderam um questionário aplicado virtualmente no ano passado.
“Este estudo foi realizado para identificar as atitudes dos consumidores de pescado frente a pandemia pelo novo coronavírus e buscou entender o quanto esta doença atingiu esse segmento em parte dos consumidores brasileiros”, explica Diego Sousa, que trabalha com Transferência de Tecnologia na Embrapa.
Segundo Diego, o trabalho “demonstrou que a pandemia alterou os canais de comercialização e a forma de consumo de pescado, apresentando como algumas das principais características: aumento na aquisição de peixe congelado; diminuição no consumo de comida japonesa; preferência em adquirir o pescado em hipermercados e na forma de delivery”.
Entre os resultados principais, a pesquisa destaca que metade das pessoas consultadas afirmam não ter mudado a frequência de consumo durante a pandemia. Por outro lado, 27% disseram que passaram a consumir menos pescado e 18% responderam que aumentaram o consumo. Apenas 4% dos entrevistados afirmaram que pararam de consumir peixe nesse período pandêmico.
A pesquisa abordou ainda perguntas relacionadas ao consumo antes da pandemia, como adquiriam o pescado antes da pandemia e após, nível de acesso, percepção dos consumidores quanto às medidas de higiene e prevenção adotadas pelos estabelecimentos comerciais onde adquirem o pescado durante a pandemia entre outras perguntas.
A busca para entender como a comercialização e o consumo de pescado foram afetados pela pandemia causada pelo novo coronavírus vai auxiliar nas ações de projetos de Pesquisa & Desenvolvimento e de Transferência de Tecnologia em execução, além de subsidiar tomadas de decisões de unidades de beneficiamento, mercado atacadista e varejista que atuam nesta cadeia produtiva.
Fonte: Embrapa