A nova safra deve ser 4,2% superior ao recorde obtido na temporada 2019/2020; são pelo menos 11 milhões de toneladas acima da safra atual
O 1º Levantamento da safra de grãos 2020/21, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (8), aponta que a produção está estimada em 268,7 milhões de toneladas, superando em cerca de 11 milhões de toneladas o recorde de 257,7 milhões de toneladas da última safra.
O estudo prevê crescimento de 1,3% na área cultivada, totalizando cerca de 66,8 milhões de hectares, o que corresponde a 879,5 mil hectares a mais.
O secretário de Política Agrícola do Mapa, César Halum, acredita que os próximos levantamentos irão apontar estimativas ainda maiores da safra de grãos, em razão da chegada das chuvas, já que alguns produtores estão aguardando para fazer o plantio. Outro ponto, citado pelo secretário, é a procura dos produtores rurais pelo crédito do Plano Safra.
Produtores rurais, cooperativas e agroindústria contrataram R$ 73,8 bilhões em três meses do Plano Safra 2020/2021 para financiar a atividade agropecuária, florestal e pesqueira. O desempenho favorável do crédito rural refletiu no incremento de 28% em relação ao mesmo período anterior, “Se estamos com todo esse otimismo, podemos ter uma safra maior”, afirmou o secretário.
A produção de soja é estimada em 133,7 milhões de toneladas e mantém o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa. A colheita total de milho deve atingir 105,2 milhões de toneladas, também a maior da série histórica – aumento de 2,6% sobre a anterior.
Em relação ao arroz, a produção nacional será de 10,885 milhões de toneladas, ajustada ao consumo previsto. As exportações podem diminuir em cerca de 400 mil toneladas. O presidente da Conab, Guilherme Bastos, destaca que as medidas adotadas pelo governo, como suspensão da tarifa de importação, já surtiram efeito no preço do produto. “Os preços começam a se estabilizar. Acreditamos que o pico dos preços do arroz tenham sido superados”, disse. Segundo ele, a expectativa é que 100% da área já esteja plantada até dezembro.
A produção de feijão é distribuída em três safras e, por esse motivo, pode ter ajustes maiores que as outras culturas ao longo do ano. O estímulo para uma safra é influenciado pelos resultados da colheita anterior. Com base nos dados atuais, a Conab estima produção também semelhante ao consumo. A área pode ter pequeno aumento, mas a produtividade pode recuar. No balanço, a soma das três safras é esperada em 3,126 milhões de toneladas, o que significaria diminuição de 3,2% sobre a temporada passada.
Já para o algodão em pluma, projeta-se queda na área e na produtividade, com a produção devendo se limitar a 2,8 milhões de toneladas de pluma, redução de 6,2% sobre a safra passada.
Exportações
Mesmo com as dificuldades causadas pela pandemia da Covid-19, as exportações da pluma de algodão caminham para um recorde. Até setembro deste ano, o total exportado foi de 1,2 milhão de toneladas, 49% a mais do que o acumulado no mesmo período do ano passado. Em relação ao milho, para o ano safra atual, foi mantida a previsão de exportações em 34,5 milhões de toneladas. Em setembro, os embarques alcançaram 6,6 milhões de toneladas, 2,6% a mais que no mesmo período do ano passado. Para a soja, a expectativa de venda para o mercado externo está em torno de 82 milhões de toneladas para este ano; para o próximo, são esperadas cerca de 85 milhões de toneladas, o que representaria aumento de 3,7%. O suporte seria dado pelo câmbio, que pode se manter elevado nos próximos meses.
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