Restrições na América do Sul por conta do coronavírus e escassez de grãos nas esmagadoras dão suporte às cotações
Os contratos futuros do farelo de soja negociados na China atingiram o limite diário de alta nesta segunda-feira, conforme diversas processadoras suspenderam operações devido a uma escassez de grãos de soja e surtos de coronavírus na América do Sul ameaçam as exportações da oleaginosa.
“A suspensão das operações e a escassez dos grãos (nas esmagadoras) deve durar mais do que se esperava”, disse Bai Jie, analista da Cofco Futures.
Os futuros do farelo de soja na China tiveram rali de 4% nesta segunda-feira, desencadeando o limite diário de alta, e fecharam cotados a 2.943 iuanes (413,61 dólares) por tonelada, maior valor desde outubro.
A China esmagou cerca de 1,387 milhão de toneladas de soja na semana passada, queda de 5,7% em relação à semana anterior e menor nível desde 2016, segundo a consultoria agrícola Cofeed.
Nacionalmente, as processadoras chinesas operaram com apenas 39,8% da capacidade na última semana, de acordo com dados da Cofeed, enquanto os estoques de grãos de soja bateram o mais baixo nível desde pelo menos 2010.
“Há um atraso generalizado nos embarques de soja”, disse o diretor de uma unidade de processamento no sul da China, que pediu para não ser identificado por não estar autorizado a falar com a imprensa. “Agora, podemos apenas reduzir operações e esperar até que os próximos carregamentos cheguem.”
A redução na oferta na China ocorre depois de o Brasil começar a colheita de soja mais tardiamente neste ano, e chuvas limitarem os embarques em fevereiro.
Havia ainda preocupações sobre greve de estivadores no Porto de Santos, o maior da América Latina, mas o sindicato cancelou uma assembleia prevista para esta segunda-feira, e as operações continuam normais, segundo o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp).
Fonte: Reuters