As associações e federações assinaram um documento solicitando que as atividades nos portos continuem, evitando um desastre econômico
Uma carta assinada por quase 50 entidades representantes de cadeias do agronegócio foi endereçada na quarta-feira (18) ao governo federal, solicitando apoio para garantir o funcionamento da logística portuária nacional em meio à crise do coronavírus.
No documento, ao qual a agência de notícias Reuters teve acesso nesta quinta-feira (19), as associações pedem atenção especial ao Porto de Santos, “diante da ameaça de paralisação por parte do Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Cubatão e Guarujá”, cita a carta.
Na hipótese de paralisação em Santos, maior porto da América Latina e principal rota de escoamento de diversos produtos agrícolas brasileiros, as entidades afirmaram que haveriam “elevadas chances de essa ação disparar processo em cadeia nos demais portos, destruindo empregos e afundando o país em um efeito dominó cujos prejuízos são incalculáveis neste momento”.
Apesar da ameaça dos estivadores, o presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Regis Prunzel, que representa companhias que atuam no local, afirmou à Reuters na quarta-feira que as operações em Santos serão mantidas normalmente.
A declaração foi feita após reunião com trabalhadores e autoridades do porto para discussão de medidas de combate ao alastramento da doença.
Segundo Prunzel, os trabalhadores apoiaram a iniciativa de manter operações, com a expectativa da implementação de algumas medidas. Entre elas, ficou decidido a redução de aglomerações no perímetro do porto.
Um representante do Ministério da Infraestrutura não pôde comentar imediatamente se o ministro recebeu a carta ou quais outras medidas teriam sido tomadas.
Em pronunciamento nesta quinta, o governador paulista, João Doria, disse que o Ministério da Infraestrutura agiu prontamente para evitar que o porto fosse fechado.
“Fechar o maior porto do país seria um desastre do ponto de vista do abastecimento público…”, comentou Doria.
Fonte: Reuters