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Exportações de milho terão queda de 50% este mês na comparação com ano passado

Em 2020, embarques do cereal brasileiro para o mercado externo totalizaram 33 milhões de toneladas

Milho sendo preparado para embarque no Porto de Paranaguá, no Paraná. Foto: Cláudio Neves

A temporada de exportação de milho do Brasil está começando neste mês, com cerca de 40 navios programados para embarques nos portos, mas o número não chega à metade do total agendado para o mesmo período do ano passado, sob o impacto de uma forte quebra de safra, de acordo com integrantes do mercado e dados de agência marítima.

O Brasil exportou em 2020 cerca de 33 milhões de toneladas, e as projeções eram de uma certa estabilidade antes dos problemas climáticos, como seca e geada. Mas agora fala-se em 20 milhões de toneladas em 2021, com muitos participantes que embarcariam para o exterior direcionando vendas ao mercado interno, após operações de “washout” – ou quebras de contratos – serem registradas.

“Teve bastante coisa (de washout), muita gente fez washout para venda no mercado interno”, afirmou o presidente-executivo e fundador da trading AgriBrasil, Frederico Humberg.

Ele avaliou que, depois do impacto da seca e da geada, a safra de milho do Brasil será reduzida a 87 milhões de toneladas, com apenas 20 milhões indo para exportação  – no ano passado, a colheita superou 100 milhões de toneladas e poderia ter sido muito maior em 2021 não fossem as intempéries.

Em anos de maior oferta, o Brasil aparece como segundo exportador global de milho, atrás apenas dos Estados Unidos, apesar de ter uma forte indústria de carnes que demanda a maior parte da produção local.

Conforme dados da agência marítima Cargonave, há 39 navios programados para carregar milho nos portos brasileiros em julho, versus 85 previstos para o mesmo mês de 2020.

Apesar de estar mais fraco na comparação anual, a programação mostra efetivamente o início da temporada de exportação de milho do país, considerando que os embarques foram equivalentes a apenas dois navios para exportação em junho.

O line-up – ou fila – para julho significa que o Brasil poderá exportar, considerando a programação até o momento, cerca de 2,5 milhões de toneladas, ante aproximadamente 5 milhões de toneladas efetivamente embarcadas em julho de 2020, conforme dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Segundo o corretor, os efeitos das geadas no Paraná e Mato Grosso do Sul, Estados onde o milho foi mais atingido, só ficarão mais claros em dez dias, quando a colheita ganhar ritmo mais intenso.

Ele destacou que o “ouro” está no Mato Grosso, em referência à safra de milho do Estado, menos atingida pela seca e que escapou ilesa da geada.

Isso se reflete na programação dos navios, que não aponta expectativa de embarque pelo porto paranaense de Paranaguá, enquanto Santos, que recebe o milho de Mato Grosso por ferrovia, tem 14 embarcações programadas. O porto de Barcarena, no Pará, que também exporta o cereal mato-grossense, prevê nove navios, segundo a Cargonave.

“Deve ter alguma coisa (de exportação) entre julho, agosto e setembro, e o último trimestre muito calmo de exportação, é o que a gente prevê”, acrescentou ele, contando que os preços favoráveis possam ajudar o Brasil a ter uma safra “gigante” no ano que vem.

Um corretor no Paraná, que falou na condição de anonimato, confirmou que houve “muito washout”, com as vendas virando para o mercado interno.

Nesta operação, o vendedor recompra o produto pagando uma diferença ao comprador original, uma vez que pode fazer melhor negócio com outro agente.

O corretor disse ainda que atualmente o mercado interno está pagando mais do que na exportação, e que os embarques previstos para julho são de contratos acertados anteriormente.

Reuters

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