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Vem aí o “Brazil Data Cube”: A plataforma gratuita criada pelo Inpe com dados do solo do País

O Cubo de Dados Brasil, em tradução livre, reúne imagens de diversos satélites e é capaz de mostrar, ao longo do tempo, como o solo brasileiro é utilizado

Vista aérea de trecho da floresta amazônica. Foto: TV Brasil

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) prepara-se para disponibilizar ao público uma plataforma com um grande volume de dados de imagens de sensoriamento remoto, organizadas como cubo de dados que podem ser usados para extrair informações de uso e cobertura do solo brasileiro. 

O chamado Brazil Data Cube – Cubo de Dados Brasil, em tradução livre – reúne imagens de diversos satélites e é capaz de mostrar, ao longo do tempo, como o solo brasileiro é utilizado. O projeto, iniciado em 2019, deverá ser concluído em 2022, mas já é possível acessar e processar algumas dessas informações.

Cubos de dados são uma série de imagens de satélites organizadas no tempo de determinadas regiões brasileiras. O projeto cria esses cubos para todo o Brasil. Assim, com o sistema desenvolvido pelo Inpe é possível selecionar uma parte do território e usar métodos de inteligência artificial para extrair informações de como o espaço é ocupado, por exemplo, por florestas ou agricultura e como foi essa ocupação ao longo do tempo.  

“Dado de uso e de cobertura do solo é muito importante para definir políticas públicas e a preservação do meio ambiente”, disse a pesquisadora do Inpe, Karine Ferreira. “É importante para a sociedade e para o país conseguir processar esse grande volume de dados de imagens de satélites hoje disponíveis e extrair informações desses dados de maneira integrada”, acrescentou.

Parcerias

Os dados começaram a ser disponibilizados e o Inpe está firmando parcerias para o uso deles com entidades como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo pesquisadores, o Brasil também deverá ampliar a utilização da tecnologia e gerar cubos de dados semelhantes para o Uruguai.

“Como tudo é público, a gente vai ter que seguir as regras de como oferecer isso para as pessoas usarem e, obviamente, será livre de custo”, disse o também pesquisador do Inpe, Gilberto Queiroz. A plataforma desenvolvida para processar esses dados é composta por software livre. Softwares livres são aqueles que permitem que usuários acessem, executem, distribuam e façam modificações na estrutura do programa.

Os pesquisadores participaram esta semana do evento AWS Public Sector Summit Online. A AWS é uma plataforma de serviços de computação em nuvem oferecida pela empresa multinacional Amazon. Desde meados de 2019, o Inpe utiliza os serviços da AWS para processar grandes volumes de dados.

“O nosso desafio é o grande acervo de imagens de observação da Terra que a gente tem atualmente. Esse é o maior desafio, por isso a gente está produzindo cubos de dados e evoluindo em técnicas de machine learning [aprendizagem de máquina] para classificação automática ou semiautomática desses cubos”, afirmou Karine Ferreira.

De acordo com Queiroz, a intenção é que o Inpe disponibilize, até 2022, um grande volume de dados que podem ser processados na própria plataforma do instituto, sem a necessidade que os pesquisadores baixem os dados para os próprios computadores, uma vez que são grandes volumes de dados que exigem muito espaço de armazenamento.

“[Queremos] oferecer principalmente para as instituições públicas e para a sociedade uma forma de utilizar esses dados sem a necessidade de fazer download, porque estamos falando de big data [grandes volumes de dados]. Uma forma de fazer isso será na estrutura do Inpe. Desenvolvemos também ferramentas para as pessoas fazerem isso nas próprias estruturas. Parte também foi montada para funcionar na AWS. Se a empresa baixar o software, consegue fazer o processamento por lá também”, disse o pesquisador.

O Brazil Data Cube é um subprojeto do programa Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros, financiado com recursos do Fundo Amazônia, por meio da colaboração financeira do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais (Funcate).

Agência Brasil

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