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PERSPECTIVAS

Mesmo com alta nas exportações de suínos, custos e fim do auxílio emergencial são pontos de atenção

Em relatório, o Itaú BBA analisa os resultados da suinocultura em dezembro e projeta o cenário para 2021, em meio à recuperação do plantel chinês

Banco emite alerta para criadores de suínos. Foto: Getty Images

As exportações de carne suína continuaram aquecidas em dezembro, fechando 18,9% acima do mesmo período do ano passado, com 78,4 mil toneladas in natura enviadas ao exterior. No ano, os embarques da proteína ficaram 38,1% acima de 2019. Já o preço médio pago pelo mercado internacional no mês passado caiu 1,6%, interrompendo uma sequência de quatro meses de alta. As informações são do relatório mensal do Itaú BBA, divulgado na última semana.

A rentabilidade dos criadores de suínos também caiu em dezembro, com o preço do animal vivo despencando 19%, enquanto os custos de produção baixaram apenas 8%, de acordo com o banco.

Apesar disso, a suinocultura registrou boas margens em 2020, e o setor bateu recordes de produção, exportação e consumo interno. “O que credencia o ano que se passou como um dos melhores da história do setor no Brasil, mesmo em meio a forte escalada dos custos no segundo semestre”, aponta.

Perspectivas para o mercado de suínos

Mas enquanto os países exportadores de carne suína aproveitam a oportunidade das vendas para a China, no país asiático os sinais seguem de rápida recuperação da peste suína africana, com o total de matrizes alcançando 28,6 milhões de cabeças e o rebanho 297,3 milhões de cabeças, o que equivale a cerca de 90% dos rebanhos pré-PSA. “Ainda assim, 2021 deve ser de elevadas importações pelo país asiático, dado o tempo necessário entre o alojamento e a produção de carne”, projeta o Itaú BBA..

“Se por um lado a recuperação do rebanho chinês indique estar em alta velocidade, o mesmo não se pode dizer sobre o retorno dos preços da carne aos níveis normais por lá. Pelo contrário, a carne suína no atacado chinês voltou a subir (8,4%) em dezembro, interrompendo as quedas dos últimos três meses”, diz o banco.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) previu que a produção nacional de carne suína deve crescer 2% em 2021, alcançando 4,4 milhões de toneladas, ao passo que, para as exportações, a estimativa é de uma expansão entre 5% (1,08 mi de t) a 10% (1,1 mi de t) sugerindo novos recordes.

Segundo o Itaú BBA, embora continue positivo o cenário para a suinocultura, os desafios de curto prazo serão a sustentação de preços no mercado interno diante de um ritmo crescente de abates, cotações ao consumidor em patamar elevado em relação há um ano com provável ausência do auxílio governamental, maior dependência chinesa nas exportações e preocupações com os custos dos grãos.

“É importante que as exportações brasileiras se mantenham neste início de ano, dando vazão à produção crescente, já que o período é de uma absorção doméstica geralmente menor”, aponta.

Canal Rural

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