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FRUTICULTURA

Produtor de figo de Valinhos garante fruta fresca, colhida no dia para sua clientela

É época de figo e de aproveitar a refrescância dessa fruta tão tradicional nesse período do ano e que tem colheita até o mês de abril

Brasileiros do sudeste e sul vão poder desfrutar do figo. Foto: Internet

É época de figo e de aproveitar a refrescância dessa fruta tão tradicional nesse período do ano com colheita tendo início no final de outubro e se estendendo até o mês de abril. É o que garante o produtor João Manoel Durand Henriques. Com 30 mil pés, em 6ha, ele se considera um pequeno produtor, “na mesma região tem produtores com mais de 7 mil pés, então meu diferencial está na colheita e no produto que entrego”, diz João Manoel. Para ter figo durante uma boa parte do ano, o produtor optou por duas variedades diferentes de figo de mesa, o Roxo de Valinhos, com colheita durante praticamente seis meses (final de outubro até o primeiro quadrimestre do ano), e o Figão, que inicia a colheita no final de maio início de junho indo até setembro-outubro. “Ou seja, é oferta para o ano todo, ambos tem qualidade excelente para mesa; o Figão tem polpa mais firme e o Roxo de Valinhos tem um grau Brix maior, conferindo um sabor mais doce”, explica o produtor.

E a colheita é diária, feita na madrugada por parceiros. Esse foi um aprendizado que o comerciante João Manoel começou a adquirir há 13 anos quando decidiu vender a loja de carros, onde trabalhava com um sócio, e aprender, com a família da esposa e com o sogro, Ronaldo Bernardino, a ser um produtor rural. Até hoje ele diz ser o responsável pelas vendas, a parte de produção mesmo ele deixa a cargo “dos mais experientes”, diz brincando: “estou casado há 20 anos, deveria ter feito esta opção pela agricultura antes porque só tem me trazido satisfação”.

Além da satisfação, com certeza bons frutos saem da Quinta das Figueiras para uma fiel clientela no entorno de Valinhos, Vinhedo, Jundiaí, Campinas e chegam até São Paulo nas butiques de frutas, quitandas e também no Mercado da Cantareira. “Os frutos são entregues bem frescos, entre 4h30 e 5h30 até no máximo 7h da manhã. O grande diferencial é contar com parceiros e não com funcionários, pois estes teriam um horário a cumprir, e para o figo a colheita na madrugada, a partir de 1h, quando a temperatura é mais amena, faz toda a diferença no sabor!” conta João Manoel, explicando que os seus seis parceiros são de famílias de agricultores da região. “Trabalhamos de forma cooperativa e isso tem dado muito certo, nas vendas e na abertura de novos mercados uso minha experiência de anos de comércio e a satisfação tem sido garantida; se o figo não estiver excelente, faço o desafio e troco por outra caixa, mas isso nunca acontece”, frisa o produtor.

Para 2021, João Manoel tem outros projetos um deles é investir também em goiaba. “É um projeto de um ano e meio a dois anos para ser concretizado e entregar a goiaba com o mesmo diferencial e qualidade do figo”. Dito com tanta firmeza, entusiasmo e experiência, só nos resta aguardar as goiabas diferenciadas desse comerciante que tem orgulho de ter se tornado um produtor.

Associação Agrícola de Valinhos e região oferece todo apoio aos produtores de frutas
Valinhos é reconhecida pela produção de figo, mas estando no Circuito das Frutas há outras variedades que ganham espaço durante o ano, como caqui, goiaba, uva, nêspera, lichia, atemoia entre outras. A Associação é responsável por facilitar e obter melhores preços nos insumos e unir os produtores na resolução de problemas comuns. O presidente da Associação Agrícola de Valinhos é Pedro Pelegrini que relembra o quanto foi importante a Associação ter participado do Projeto Microbacias II – Acesso ao Mercado que permitiu a melhoria da infraestrtura da Associação e fortaleceu todos os produtores. “Temos todo tipo de associado, desde aqueles que exportam e têm maiores produções, até os menores, que atendem os mercados locais”, explica Pelegrini. “Com as melhorias proporcionadas por essa importante política pública, avançamos no profissionalismo, na aquisição de máquinas, enfim, no suporte aos nossos associados. Porém, a maior parte têm seus próprios galpões e as frutas passam por classificação e embalagem nas dependências das propriedades reduzindo o tempo e transporte”, explica Pelegrini. “Durante a pandemia todos tiveram que se reinventar, as exportações que ficavam em torno de 30% a 35% para o mercado europeu caíram assim como figo que atende o mercado interno paulista, mas também Rio de Janeiro e Belo Horizonte”, complementa o presidente.

João Manoel reforça a importância do apoio que recebe da Associação. “A comercialização cada um faz a sua, penso que todos têm uma clientela já cativa, porém com a compra conjunta aumentamos a nossa margem de lucro e podemos investir na produção. A Associação permite uma considerável redução nos preços dos insumos e eu fico muito feliz por pertencer a esse grupo”, frisa o produtor da Quinta das Figueiras.

O engenheiro agrônomo José Augusto Maiorano, diretor da CDRS Regional Campinas à época dos trâmites para aprovação da proposta de negócio apresentada pela Associação garante que houve um amadurecimento de todos que participaram do processo, “trabalhamos com o fortalecimento das associações e cooperativas e essa conquista foi um ganho com reflexos para toda a cadeia da fruticultura, em especial no Circuito das Frutas onde já há um comprometimento dos envolvidos no setor pela qualidade, aplicação de Boas Práticas Agropecuárias, assim como preocupação nos tratos culturais e no pós-colheita. Por este motivo as frutas produzidas no Circuito das Frutas têm grande aceitação no mercado, seja nacional ou de exportação”, garante o técnico que é especialista na área de fruticultura e atua como assessor nesta cadeia na CDRS.

Secretaria de Agricultura de São Paulo

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