A seca na região prejudicou a travessia da carga por barcaças, no rio Paraná, e uma força-tarefa já foi articulada para liberar o fluxo na região
Um caos logístico caiu sobre caminhoneiros que tentam há pelo menos duas semanas atravessar a fronteira paraguaia com o Brasil transportando soja e outros grãos. A baixa vazão do rio Paraná está limitando a saída da soja e milho pelas barcaças na fronteira das cidades de Guairá, no Paraguai, e Guaíra, no Paraná.
Segundo a Câmara Paraguaia de Exportadores e Comercializadores de Cereais e Oleaginosas, os produtos tentam chegar ao Brasil por via terrestre, mas a alfândega de Mundo Novo em Mato Grosso do Sul não estaria suportando a demanda, por isso a mercadoria está represada na passagem entre os dois países.
O periódico La Nación relatou que com a piora do problema, a preocupação é por conta dos motoristas, que permanecem parados sem condições ideais de alimentação e higiene.
A superintendente federal da 1ª Região Fiscal, Rosane Faria de Oliveira Esteves, explicou que o tráfego se avolumou nos últimos 10 dias e ficou ainda mais intenso nesta semana, sendo cinco vezes maior do que o normal para este período. Segundo ela, uma força-tarefa formada por funcionários de outras unidades começa a operar já a partir desta quinta, 10.
“Estamos tentando baixar o fluxo com remanejamento dentro da própria unidade e com a chamada de funcionários de fora, o que não é fácil por causa do deslocamento e da pandemia. Nossa tentativa é para mitigar esse problema, que não é culpa do empresário, nem da Receita ou do Paraguai. Foi um fator climático que mudou toda a logística entre os dois países”, explicou.
Rosane explica que o posto de Novo Mundo é relevante para para a região, mas que sofre com problemas comuns em todo o Brasil, como a falta de material humano. “O último concurso foi feito há mais de seis anos e fomos sofrendo perdas, inclusive por causa da Covid-19. Perdemos colegas que morreram por causa da doença, outros que, por causa da idade ou fatores de risco estão afastados das atividades de campo”, contou.
A superintendente disse que funcionários de férias ou folga voltaram aos postos para ajudar a acelerar o fluxo no posto. “O delegado de Mundo Novo tem trabalhado todos os dias na tentativa de tentar equalizar os casos. Dentro de uma semana, se tudo der certo, a situação estará muito perto do normal”, completou.
Canal Rural