Batizada Jardim de Nemo, horta submarina já produz 26 espécies a 10 metros de profundidade e a previsão é de que a variedade aumente
O italiano Sergio Gamberini é proprietário de uma empresa de mergulho mas, em 2012, teve uma ideia que ele próprio duvidou. Seria possível cultivar plantas terrestres embaixo d’água, no fundo do oceano?
Hoje, a ideia maluca virou realidade na Baía de Noli, Itália, com o chamado Nemo´s Garden (ou Jardim do Nemo, do inglês), onde produz 26 tipos de plantas a 10 metros de profundidade.
A “sala” tem cerca de 15 m² e cultivos de manjericão, alho, rabanete, feijão, couve e morango, entre outros. A ideia de experimentar o cultivo subaquático surgiu na mente do mergulhador, pois ele queira tornar o esporte mais interativo.
Seu projeto inicial foi ancorar ao fundo do mar uma espécie de balão flexível contendo um vaso com uma planta viva. Para sua surpresa, a planta não morreu e prosperou.
O próximo passo foi usar o mesmo método com sementes que brotaram em menos de 36 horas. Foi uma revelação incrível para o italiano e incentivou-o a realizar projetos maiores. Ao invés de bolhas de ar, passou a utilizar “biosferas” submarinas.
E hoje, o cultivo subaquático já é considerado uma forma sustentável de atender às futuras demandas alimentares, especialmente em regiões regularmente atingidas por secas ou onde a terra é escassa.
Dentro de cada biosfera, cerca de 60 plantas crescem, sustentadas por hidroponia e sistemas de irrigação por gravidade. Mergulhadores cuidam de produtos tanto para plantar, acompanhar o desenvolvimento e colher.
Para Gamberini, o mar é auto-sustentável e um carregador gratuito já que a temperatura da água não oscila muito, oferecendo estabilidade às plantas em termos de calor.
“A água do mar age como um filtro por conta própria, cortando todas as frequências desnecessárias de luz que penetram no oceano. Assim, as plantas cultivadas debaixo d’água são mais saudáveis e de alta qualidade. Sabores, cheiros e sabores são mais intensos do que os das plantas cultivadas em terra”, diz.
As biosferas são as estufas ideais, pois nenhum parasita pode realmente chegar lá. Então, não existe necessidade de pesticidas ou outros produtos químicos.
A evaporação natural se transforma em água doce dentro das esferas e irriga sistematicamente as plantas. Além disso, os experimentos realizados demonstraram que essas plantas crescem mais rápido do que se estivessem na Terra.
Gamberini tem trabalhado com especialistas em agricultura para melhorar o design e a vida útil das esferas que foram patenteadas.
Sua empresa possui autorização do Governo para operar por cinco meses anuais, ou seja, de maio a setembro. Ele está mais do que pronto para aumentar a produção.
Se você é daqueles que só acredita vendo, então assista este vídeo.
Agência Evolution/Nemo´s Garden